BENGUELA - VINDE VER!
Festa de Pai Américo e da Obra
Chegou o dia de festa para a nossa Obra, Pai Américo na outra dimensão connosco celebrou. Tudo preparado da melhor maneira pelos rapazes. A limpeza mais a fundo das casas, das avenidas. As árvores foram podadas e pintadas com cal. Os jardins muito bem arrumados e regados. Os ensaios de cânticos, com a guitarra nas mãos do «Ngongo», o piano sob a responsabilidade do toque do «Bebo», a viola eléctrica do baixo com o «Mano Pedro» e o batuque com as palmadas do «Boca». Sim o famoso «Boca» conhecido pelas suas traquinices. Hoje na Missa leva o batuque ao ritmo dos cânticos - uma verdadeira terapia. Na Cerimónia foram baptizados doze rapazes nossos e outros tantos meninos e meninas vindos das comunidades vizinhas. Vinte rapazes fizeram a sua primeira comunhão. O «Afonso», nesta semana foi à missa ferial e depois de receber a Sagrada comunhão disse consigo mesmo: «é a segunda vez que comungo». Depois da Missa houve lanche na biblioteca, estavam presentes os padrinhos e os afilhados. Depois seguiu-se o almoço. Houve o suficiente para todos, carne, batata, bolos e gasosas. Os mais pequeninos tomaram sumo por indicação dos chefes. Já quase no fim da tarde fomos para o salão de festas e vimos os espectáculos. Danças da região. Vários grupos mostraram o que sabem fazer melhor no mundo das artes. O Salvador, o Pina e o Graça, foram os melhores desenhadores do retrato de Pai Américo.
Na parte de cima da nossa Avenida, ao lado direito de quem entra, junto ao motor numero (1), encontra-se estacionado um camião há quatro dias, e pertence a empresa "Simplicios FURO". Leva carregado a maquina de abrir furos para água. Um bem tão essencial para a sobrevivência dos seres vivos é hoje um tesouro Escondido no fundo da terra, que só é encontrado quando escavamos as profundezas da terra. Para quem depende dos produtos que vêm dos campos agrícolas a água é riqueza que deve ser economizada e usada no dia a dia a pensar na sua abundância ainda quando o outro dia transparecer o sol a raiar pelo alto do céu.
A terra é fértil e produz muitas vezes, trinta, sessenta e até cem por um, como diz o Evangelho. A água é insuficiente. Os sistemas de rega são muito obsoletos e desperdiçam metade da água na sua condução para os campos.
Para modernizar o sistema de rega primeiro é necessário certificar a quantidade de água que temos para distribuir pelos muitos hectares já semeados. A ajuda preciosa para fazer este furo de cinquenta metros de profundidade veio através das mãos do nosso Padre Acílio, para dar de beber e de comer aos nossos pobres, aos nossos rapazes, centenas de famílias que batem à porta da nossa Casa mendigando. Vamos ter água doce, a máquina já começou a furar a terra, ainda ficarão a restar as despesas das condutas até ao tanque de água para abastecer toda a aldeia e outra para levar a água ao pivô na zona baixa onde começamos a fazer agricultura depois da vedação do espaço. Queira Deus que o grito dos pobres seja sempre ouvido e atendido para atender outros muitos pobres á nossa volta. A fome de pão é o primeiro indicador da miséria de milhares de irmãos nossos nesta terra. Quando falta pão tudo se desorienta, o estômago, a moral e até as virtudes ficam deturpadas cedendo seu lugar a práticas incorrectas. «Primeiramente observamos de como é possível e suave acender na alma destes Rapazes uma luz que alumia e aquece. É pelo amor. Eles sentem-se amados e procuram naturalmente amar. Não é por mais nada.» - Pai Américo.
Padre Quim