BENGUELA - VINDE VER!
79º aniversário
ANIVERSARIANTE
Todos os dias alguém faz anos. A alegria é nota marcante e os convidados assumem os lugares de honra. Um brinde é feito em nome do feliz contemplado. As Instituições e organismos públicos também têm uma data em que os seus membros celebram com "pompa e circunstância."
O nosso Jornal "O Gaiato", é o grande aniversariante do dia. Quinzenalmente chega às mãos dos nossos leitores em várias partes do Mundo. No princípio corria as ruas na bolsa a tiracolo que o rapaz carregava para o apresentar aos admiradores e apaixonados pelos projecto de (assistência e educação) amor que invadiu na totalidade o coração de Pai Américo — o apóstolo dos pobres através da acção dos obreiros no Calvário e nas Casas do Gaiato. Hoje através dos meios mais modernizados proporcionados pela técnica e ciência da computação e informação chega aos dispositivos electrónicos através de um dígito atravessando as nuvens, e num instante faz-se publicado para alimentar a fome de quantos encontram uma luz em cada uma das crónicas cheias de vida, dando vida, sentido e novo alento.
A vida familiar nas Casas do Gaiato segue o ritmo de uma caminhada feita com a maior naturalidade, sem publicidade, sem grandes aparições sobre a caridade diária. Deus é testemunha. No silêncio e na sinceridade dos corações tocados pelos sentimentos de compaixão.
No silêncio da Quaresma da nossa vida, assumimos os conselhos do Mestre, o único Mestre — Jesus de Nazaré. O nosso Jornal existe há várias dezenas de anos. Não faz barulho, segue em frente na fidelidade da sua mais fina linha editorial. Não se incomoda com o aparecimento de outros meios de comunicação. Sempre "O GAIATO", o "Famoso". Cá em Casa os rapazes gostam muito de o apreciar, e para facilitar a sua leitura ele, o "Famoso", é afixado numa vitrine, mesmo à entrada da Casa-Mãe. E enquanto se espera para a entrada no refeitório é frequente ao dia ver os nossos grandes e pequenos leitores a se maravilharem de quanto vem escrito nas crónicas vindas como alimento saboroso, sobre a novidade do andamento da vida familiar de cada uma das nossas Casas. Ao longo da semana todos querem fazer alguma coisa que seja de destaque e pedem para tirar fotografias. E se dirigem deste modo para mim, de maneira imperiosa; "Olhe lá, xô padre, tira aí uma foto à malta e mande pró Padre Júlio, lá em Paço de Sousa, pra vir no Jornal". Passando pelas Oficinas, encontro outros tantos: "Então não sai uma foto? Vá lá! Você é nosso velho, tira aqui uma fotografia à gente. Dá boa foto! Ta sair bem! Ya!, não estragou nada ya." É assim, a nossa rapaziada! Cheia de vida, numa Casa que os quer bem, que os ama e os ensina a amar a Deus e aos irmãos. Todos querem ver as edições de O "Gaiato", e quando não encontram as fotografias de Benguela, atiram-se furiosos a mim. E dizem: "Olhe, lá, aquela fotografia ainda não vi? Quero ver na próxima vez no jornal." Os nossos operários sobretudo os mais antigos no final da jornada, ao sábado, quando passam pelo escritório para levantarem um adiantamento para comprar qualquer coisa de comer para levarem às suas famílias, também têm o costume de pedir o jornal «O Gaiato». Fico contente e aproveito para apresentar os Padres de cada uma das Casas, os nossos cronistas, o Calvário, o Património dos Pobres, os lares, e me perguntam se algum dia "podemos ir lá visitar?" Sim, ou também esperamos cá a visita dos padres de tempo em tempo. Os mais velhos recordam a passagem por cá de vários padres das outras Casas do Gaiato, os dois últimos foram: o nosso Padre Júlio, de Paço de Sousa, e o nosso Padre Alfredo, do Calvário. Parabéns ao nosso Jornal, parabéns aos nossos leitores, estão bem acompanhados pela preferência, e parabéns aos nossos técnicos que com dedicação e mestria nos fazem saborear quinzenalmente estas páginas cheias de vida. Eia, Avante! Sempre avante! Ad multos et felices annus! A conclusão é de Pai Américo: «As colunas deste jornal são silenciosas; por isso mesmo é que o mundo tanto fala delas! Ele há princípios certos nas leis da Natureza como também na da Graça. Com aqueles se fazem inventos e com esta, convicções. Eis um princípio de ordem natural: quem quiser ter sempre muito de tudo, dê sempre muito de tudo».
Padre Quim