
BENGUELA
Vivemos no meio do nosso povo, na simplicidade e na alegria, compartilhamos o que temos para construir a paz e harmonia ao redor da nossa Aldeia. "Como é bom os irmãos viverem em fraternos gestos de paz e bem! Para o progresso social e afirmação de um humanismo puro. Em pleno tempo da Quaresma somos convocados para assumir um maior compromisso com a caridade. Ela é a maior das virtudes. Nela está o pleno cumprimento da acção pastoral da Igreja e de todo agir humano. Em qualquer condição e latitude geográfica em que nos encontremos fazer bem a quem não pode avançar sozinho sem a nossa ajuda, agrada sempre a Deus e alimenta o sonho de um futuro melhor.
Recebemos das nossas Casas do Gaiato de Portugal muitos gestos de solidariedade para com as Casas do Gaiato de Angola. Desde a Casa do Gaiato de Coimbra chegaram alimentos, fruto da bondade das pessoas que se juntaram a esta campanha de solidariedade, Padre Manuel Mendes na linha da frente, professores e alunos e todas as pessoas de boa vontade, a nossa comunidade de Benguela agradece. Durante meses vamos alimentar os rapazes com os produtos que recebemos. Da Casa do Gaiato de Paço de Sousa, a nossa Casa Mãe todos os meses nos chegam ofertas para aquisição de outros meios e serviços necessários à subsistência da família numerosa que somos. Sem esquecer o material de substituição para as máquinas das oficinas. Seguem numerosas referências de peças pelo WhatsApp do Senhor Padre Júlio, que nos tem dado enorme suporte. As sementes e o material para os tractores foram enviados pelo Senhor Padre José Alfredo desde o Calvário de Beire, onde se encontram o Venâncio, de Benguela, e o Jorge, de Malanje. E todos os dias depois da oração da noite, falo aos rapazes sobre os nossos benfeitores, homens e mulheres, que de longe e de perto partilham connosco o que têm, do que é seu fazem-no chegar às nossas mãos para dar às crianças pobres, habitantes da nossa Casa. E também, todos os dias a hora da reza do Terço, oferecemos uma Ave-Maria pelas Casas do Gaiato, todos os Padres, rapazes, Senhoras, benfeitores e pelo nosso Calvário. No final dizemos todos "Deus Pai Misericordioso que concedeste ao Vosso servo Padre Américo sacerdote o dom de partilhar a vossa Paternidade e uma extraordinária luz para descobrir no pobre abandonado o vosso rosto, fazei que eu saiba como ele dar-me a todos os homens. Dignai-vos glorificar o vosso servo Padre Américo e concedei-me por sua intercessão a graça que vos peço". Ámen. Deus é bom a toda hora e momento. Existimos pela imensidão da sua bondade que toca os corações para descobrir a face de Deus no rosto dos pobres. Continuemos juntos de mãos dadas, e de mãos dadas levantemos os pobres decaídos em misérias, muitas vezes vitimas das injustiças e das políticas desajustadas dos governos relativistas em relação à condição dos pobres e marginalizados. Por cá há também alguns gestos de solidariedade. O que recebemos chega em gesto de resposta aos muitos pedidos das pessoas carenciadas que nos batem a porta. Veio o guarda do portão dizer que estavam mais de vinte pobres à porta desde a manhã à espera que eu ao sair de Casa os pudesse atender. O problema continua a ser a fome. O despenseiro já sabe as medidas a serem disponibilizadas para que não venha a faltar para os rapazes ao deitar alimentos para o saco dos pobres. A conclusão é de pai Américo «Nós somos todos feitos de amor, para amar. Cada um de nós é um milagre de amor, do Amor infinito de Deus; e uma vez dentro da vida, temos de a realizar… amando. […] Porque somos essencialmente feitos para amar, como os passarinhos o são para o firmamento e as abelhas para o mel. […] Todo o valor moral da nossa vida gira à roda deste verbo pequenino e imenso, o verbo amar, no infinito… infinitamente.» Pão dos Pobres, 1.° vol., pp. 60-61».
Padre Quim