BENGUELA - VINDE VER!
Alegria
Tivemos a presença amiga do Senhor Padre Fernando Fontoura, na nossa Casa. A comunidade deu as boas-vindas com o cântico habitual entre palmas e assobios. Uma festa! Um momento de satisfação para toda a nossa família. No domingo tivemos Eucaristia sob a sua presidência. Depois seguimos para a Baía Azul, zona de praia muito conhecida pelos bons momentos passados pelos rapazes desde longa data.
Foram dias de muita troca de experiências, ensinamentos e aprendizagens. Os mais pequeninos da Casa três foram os mais sortudos em torno desta visita. Foram eles que ajudaram a dar a conhecer as instalações da Aldeia. No sábado fomos participar da Celebração Eucarística onde foram ordenados nove diáconos para a diocese de Benguela. Na ocasião o Senhor Bispo fez referência à presença dos Padres da Obra.
Houve necessidade de nos deslocarmos a Luanda para encontrarmos o padre Rafael para então levar o padre Fernando para a Casa de Malanje.
Estando os três em Luanda aproveitamos o momento para fazer um encontro entre irmãos que trabalham pela mesma causa: o rapaz vindo das ruas.
Nesta noite jantamos juntos e conversamos sobre muitos assuntos das nossas Casas de Angola. Passado, presente em alusão ao futuro. Contextos, desafios e perspectivas.
O trabalho feito nas nossas Casas, os colaboradores, o salário dos funcionários inscritos na segurança social, entre outros.
Desejamos bom trabalho aos dois padres irmãos em Malanje. Regressando a Benguela, sozinho sinto como foi bom trabalhar com o outro irmão, lado a lado.
O rapaz é a nossa prioridade, as nossas horas do dia são ocupadas com preocupações ligadas à vida das crianças da nossa Casa.
Os contextos económicos e social do País estão numa fase muito preocupante. As pessoas de boa vontade estão cada vez mais com menos recursos para as causas de solidariedade. Os pobres perderam qualquer tentativa de levar a mão ao bolso para comprar alimentos. Os produtos até da cesta básica encareceram como nunca foi visto nesta terra, desde que tomei consciência da minha condição de ser humano no mundo.
Temos terra fértil e água na aldeia, e aos poucos vamos produzindo o que é necessário conforme a época de cada cultura. Precisamos de um incremento de recursos materiais e financeiros para elevar a nossa agricultura a categoria mecanizada, podendo tirar um maior proveito da terra que nos pertence, como herança, como património dos pobres.
A conclusão é de Pai Américo, «Os padres da rua são padres seculares. Não usam hábito. Não fazem votos. Não têm residência. Nem família, nem amigos, nem campos, nem interesses, nem nada».
Padre Quim