CALVÁRIO

Decorreu no sábado dia 27 de Maio e na Casa da Cultura de Paredes, o ciclo das conferências alusiva ao tema da pobreza e de como pode ser amada.

As intervenções bíblica e litúrgica da parte da manhã, a cargo dos Padres Luís Castro e Joaquim Félix, colheram boa aceitação do auditório. Estiveram presentes 45 pessoas. O Padre Luís fez a exegese do salmo 113 para indicar o movimento duplo de Deus e do homem, na descida para a humildade e na subida para a glória, para nos mostrar que é precisamente na intersecção que Um e outro se cruzam.

O Padre Joaquim levou-nos por uma narrativa cadente de musicalidade e de imersão no espaço sagrado, citando a obra do Padre Telmo no barrocal do Picote.

Depois do almoço, que proporcionou muitos encontros e reconhecimentos, avançámos para nos entrelaçar no tecido dos textos do Pai Américo e Padre Baptista. Trabalho a cargo do Doutor Luís Leal e do Professor Luís Carlos Amaral.

Com abundantes citações do pensamento do fundador da Obra da Rua o Luís Leal demonstrou repetidamente que a pobreza é um meio de salvação individual e colectiva, se soubermos lançar-lhe mão, olhar e coração.

Já o Luís Amaral destacou a fidelidade do jovem Padre Baptista quando assumiu o Calvário, após a morte do Padre Américo e que essa atitude gerou uma obra plena de amor e de dedicação aos doentes. Virtudes que o acompanharam ao longo de décadas e que inspiraram muitos voluntários que aprenderam a cuidar por amor.

A tarde terminou com a intervenção no âmbito da economia social do Professor Américo Mendes. Este afirmou que a sua intervenção é fruto da vida de Obra que está em toda a sua reflexão. Vivemos num estado social que, com as suas políticas, a precisarem de reformas, retira da pobreza muitos seres humanos, que para lá são encaminhados fruto de uma civilização consumista, que não olha para os que não têm acesso ao essencial.

Estamos agradecidos à Câmara Municipal de Paredes pela cedência do espaço e a quantos participaram generosamente. Esperamos que tenha sido um contributo humilde para a reflexão e sentido que o Calvário está a encetar.

Padre José Alfredo