CALVÁRIO
No passado Domingo de Ramos recebemos a Via Sacra interparoquial de Louredo, Beire, Bitarães e Gondalães. O Padre Armando Neto e os seus paroquianos quiseram encenar uma das estações junto do nosso cruzeiro da praça de entrada da Casa e na companhia dos nossos doentes. Foi uma tarde solarenga, que aproveitámos para passear e receber um pouco de calor ao ar livre.
Vimos como uma pequena multidão colocou a cruz aos ombros de Jesus e lá seguiu viagem. Nós ficamos a meditar neste mistério humano, um peso que nos atrai para o centro de nós mesmos, uma graça, uma gravidade que nos faz aterrar no essencial.
Pela manhã ouvíamos o relato da paixão e na meditação lembramos que os habitantes de Jerusalém acenavam a Jesus com ramos de oliveira. Dissemos que a entrada d'Ele na cidade santa foi um gesto de paz. Montado num jumentinho não exerceu qualquer tipo de violência sobre ninguém. Era um ser em paz e pacificador. Era o Filho de Deus prestes a concluir a sua missão entre nós, oferecendo vida abundante quando lhe invectivavam gritos e açoites.
A paz é não responder com violência à violência exercida por outrem. Algum dia as armas hão-de calar-se. Em algum momento terão que ouvir o Filho de Deus dizer: — Eu não Sou deste mundo. Este mundo não Me pertence. Eu sirvo o mundo não Me sirvo dele.
Assim é o Calvário, um gesto de paz para os que estamos e para os que passam. Assim possa continuar a exercer a sua missão na sociedade e na Igreja.
Padre José Alfredo