CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA

Que cada paróquia cuide dos seus pobres!

De vez em quando vêm até nós "imigrantes", ou seja, pessoas vindas doutras localidades que cá nos chegam a pedirem ajuda e que nos dizem que querem ficar por cá. Temos agora a bater-nos à porta mais um caso destes. Este "bater-nos à porta" já não é no sentido literal, como antigamente. É de acordo com os tempos modernos, ou seja, enviou-nos e-mail.

Ainda precisamos de conhecer esta situação para definirmos o que podemos e devemos fazer.

Isto serve para dizer que não rejeitamos, mas antes acolhemos como podemos os "imigrantes" que nos chegam, tendo-nos acontecido o que acontece com outros que fazem o mesmo: alguns vieram, ficaram e foram merecedores do apoio que lhes foi dado, sendo hoje bons membros da nossa comunidade; outros vieram, ficaram, mas não se têm portado como os anteriores; outros estiveram só de passagem, sem sabermos agora onde param e se a nossa ajuda lhes valeu de alguma coisa.

Em boa parte destes casos, estes "imigrantes" vêm até nós atraídos pela disponibilidade que julgam existir de serem acolhidos numa casa do Património dos Pobres. Como os nossos leitores bem sabem, embora estas casas sejam propriedade do Conselho Económico Paroquial, tem sido a nossa Conferência Vicentina que tem assumido os custos da sua manutenção e reparação, para além do acompanhamento das pessoas que lá vivem.

"Meter" alguém numa casa do Património dos Pobres que esteja livre é muito fácil. Muito difícil é avaliar as reais necessidades de quem pede esse apoio, ainda por cima, sendo alguém que nos vem de sítios que não conhecemos e com relatos de vida cuja veracidade não podemos comprovar cabalmente.

Muito mais difícil, ainda, é "tirar" alguém de uma casa do Património dos Pobres quando, claramente, já não tem necessidade disso e outros têm.

Isto não quer dizer que as "nossas" casas do Património dos Pobres devam ser só para pessoas da nossa paróquia que temos a obrigação de conhecer bem. Não tem sido assim, havendo mais do que um caso de casas que foram atribuídas a "imigrantes".

O que atrás referimos é só para relembrar cuidados a ter nestas situações.

Também vale a pela relembrar aqui a máxima sempre actual do Pai Américo. "Que cada paróquia cuide dos seus pobres!". Também vale a pena relembrar o que dissemos na crónica anterior sobre os "pobres" de cada paróquia: estes "pobres" podem ser "casos" no sentido de situações de miséria que estimulam facilmente a nossa sensibilidade generosa, mas podem ser, também, situações menos graves do que essas, sem por isso, deixarem de ser pessoas que precisam de alguma forma de ajuda. Se cada paróquia tiver uma Conferência Vicentina, ou coisa parecida, que seja activa e esteja atenta aos pobres que lá vivem, quer sejam "casos", quer não sejam, quase de certeza que haverá menos "imigrantes" como os atrás referidos.

Américo Mendes