CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA

Cuidar de quem cuidou, até ao limite das suas forças

Há dias, ficou temporariamente vaga uma das casas do Património dos Pobres da nossa paróquia. Durante muitos anos essa casa foi a morada de uma pessoa que a teve sempre muito asseada e que nunca nos deu preocupações quanto ao cuidado dessa habitação.

Nessa casa essa pessoa cuidou dos seus familiares directos o melhor que pôde, de forma irrepreensível. Não teve nisso vida fácil. Quando esses familiares a deixaram por morte, ou por ida para outras paragens, ela passou a viver sozinha, prezando a autonomia nas suas actividades de vida diária, enquanto as forças lho permitiram.

Estas palavras são quase nada para a homenagem que essa senhora merece pelo muito que fez para cuidar daqueles que as voltas da vida colocaram ao seu cuidado.

Quando a deterioração do seu estado de saúde chegou ao ponto dela já não ter autonomia para as suas actividades de vida diária, foi viver para casa de um familiar que agora está a cuidar dela. A casa do Património dos Pobres, no entanto, foi mantida na sua posse até este processo de reacomodação familiar ter chegado completamente ao seu termo. Não forçamos nada, dando todo o tempo que foi necessário para que os familiares pudessem resolver o assunto da forma que acharam melhor. Foi isso que fizeram e, por isso, agora libertaram a casa para outros que venham a precisar dela. Só desejamos que esta senhora esteja a ter, e continue a ter, o tipo de cuidados que ela tão bem soube prestar aos seus familiares enquanto eles precisaram dela e ela teve forças para os prestar.

O que agora se segue quanto ao destino desta habitação não vai ser fácil. É uma casa para a qual há vários "candidatos". Há quem a deseje há muito tempo, embora este não deva ser o critério que mais conte na sua atribuição a um novo morador. Tal como temos feito em situações semelhantes, procuraremos contribuir para que a solução a encontrar seja o mais justa possível.

Há um mar imenso de trabalho para fazer por todos nós para que estas e outras cadeias de cuidado não se quebrem, mas antes se mantenham e se reforcem porque elas continuam a ser muito precisas, ou melhor, são cada vez mais precisas, por razões que todos conhecemos. Infelizmente, não parece que a nossa sociedade esteja a ir por esses caminhos. Aqui, como em tudo o resto que tem que ver com o Amor ao Próximo, especialmente o que mais precisa, que cada um de nós faça o que estiver ao seu alcance, por pouco que possa parecer, para contrariar essas tendências individualistas que são muito fortes.

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Américo Mendes