CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA
"Pai Santo, guarda em Teu Nome aqueles que Me deste, para que sejam Um, assim como Nós" (Jo 17,11)
O Evangelho do dia em que esta crónica está a ser escrita é sobre a Oração Sacerdotal. Deve-nos dar que pensar que num momento tão importante da Sua vida terrena como foi o que antecedeu a Sua Paixão, um tema central desta bela oração de Jesus Cristo tenha sido o apelo à unidade não só dos Seus apóstolos, mas também de todos os seres humanos.
Esta unidade é das coisas mais difíceis de se conseguir, mas quando a conseguimos, os milagres acontecem e o mundo muda para melhor. Unidade não é sermos todos iguais, ou abdicarmos das nossas diferenças. Os apóstolos eram muito diferentes uns dos outros. Unidade é fazermos dessas diferenças capacidades que se complementam de modo a conseguirmos um objectivo que nos una e que deve ser, não o interesse egoísta de alguns, mas o Bem Comum.
Somos desafiados para a construção desta unidade todos os dias das nossas vidas nos vários âmbitos em que vivemos. Somos desafiados para a construção desta unidade a começar logo dentro das nossas famílias. Somos desafiados para construir unidade nos nossos locais de trabalho e também somos desafiados para construir unidade no serviço que devemos à comunidade.
Sempre que falhamos nesta construção, há conflitos e alguém vai sofrer de certeza com isso, mas quando conseguimos congregar a diversidade das nossas capacidades, por poucas que possam ser, conseguimos fazer milagres.
Como foi tema recente destas crónicas, um imigrante nepalês que acolhemos por cá vindo de trabalho indigno e precário em estufas no Alentejo onde vivia com outros num contentor, vamos aqui dar-vos conta de como está a terminar bem uma fase desse processo de acolhimento. É um pequeno exemplo de construção de unidade, na diversidade, em ordem ao Bem Comum. Trabalho digno para o Yam já se tinha arranjado por cá. Faltava alojamento, mas alguém cedeu um quarto e roupa em óptimas condições. Faltava ainda um espaço de cozinha. Enquanto não se conseguiu esse espaço o imigrante não ficou sem comida, embora, compreensivelmente, gostasse de ter sido ele a cozinhar ao seu gosto. Conseguiu-se, entretanto, um espaço para cozinha, mas era preciso micro-ondas, fogão, frigorífico, louça e utensílios de cozinha. Uma pessoa ofereceu o micro-ondas, outra pessoa ofereceu o fogão e outras ofereceram o frigorífico e os utensílios de cozinha. Só falta trazer estes últimos para o local onde vão ficar. Por isso, em breve, o Yam vai poder começar a comer a comida do jeito que ele gosta. Antes disto, outras pessoas tinham ajudado com informações que nos levaram até ao Yam e outras ajudaram com informações úteis sobre como cuidar da sua contratação respeitando todos os requisitos legais. Em breve, o Yam vai ter um compatriota e amigo a viver e a trabalhar no mesmo sítio que ele. Vão poder partilhar os mesmos espaços e vão poder ajudar-se um ao outro.
Se cada um de nós se unir aos outros contribuindo, por pouco que seja, para a construção do Bem Comum, o milagre da multiplicação dos pães acontece.
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Américo Mendes