CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA

COMO VAI A ACTIVIDADE DA NOSSA CONFERÊNCIA E O QUE É ISTO DE SER VICENTINO — A actividade na nossa Conferência tem sido aquilo que julgamos que deve ser: vamos estando permanentemente atentos aos casos de pessoas com necessidade de ajuda a quem podemos acudir, visitamos essas pessoas para conhecermos o melhor possível as situações em que se encontram e ajudamos de acordo com a avaliação que fizermos e os recursos que tivermos ao nosso alcance.

No plano material, são vários os casos em que ajudamos na alimentação, nos medicamentos e em tratamentos médicos. Também ajudamos na habitação de várias formas, incluindo resolver conflitos que surgem em casas do Património dos Pobres, gerados pelos próprios moradores, ou por parte de vizinhos que não respeitam o que deve ser património dos pobres e não deles.

Também apelamos à colaboração neste trabalho por parte dos paroquianos, de pessoas de fora da paróquia como é o caso dos nossos leitores e de várias entidades a quem recorremos e que nos ajudam a ajudar.

Em resumo, com todos os defeitos que temos, procuramos contribuir para que a nossa paróquia seja uma comunidade que, em permanência, faça por cuidar dos seus membros em situação de vulnerabilidade, indo ao seu encontro e ajudando-os das formas que estiverem ao nosso alcance, não só no plano material, mas também através deste contacto pessoal, directo e discreto.

Há dias, no plenário mensal, das Conferências Vicentinas da nossa zona falou-se, e bem, da necessidade dos Vicentinos conhecerem melhor a Regra da Sociedade de S. Vicente de Paulo. O essencial desta regra é fácil de resumir. Melhor do que as nossas palavras, são as que estão na introdução dessa Regra que passamos a citar relativas às origens das Conferências Vicentinas.

"Em 1833, Frederico Ozanam, que estudava em Paris e tinha 20 anos, e alguns amigos igualmente jovens tiveram, com Bailly, a inspiração de se unirem para o serviço dos pobres da maneira mais humilde e discreta, no enquadramento da sua vida profissional e familiar de leigos.

(...) Logo que entraram em contacto pessoal com os pobres viram que a caridade é inseparável das exigências da Justiça. E, tanto quanto puderam, reivindicaram justiça para os pobres. Mas se nem sempre é possível a justiça neste mundo, quiseram ao menos fazer o que deles, simples estudantes, dependia: dar, pessoalmente, o que o mais pobre pode dar, a partilha do seu tempo, dos seus módicos recursos, da sua presença, do seu diálogo, com o vivo desejo de fazer tudo o que fosse possível para levar um auxílio eficaz."

Que Deus nos ajude a todos, sejamos formalmente Vicentinos, ou não, a sermos capazes, todos os dias, de irmos ao encontro de quem encontramos no nosso caminho a precisar de ajuda que está ao nosso alcance, seja ajuda material ou outra!

Américo Mendes