CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA
AINDA SOBRE OS TELHADOS DAS CASAS DO PATRIMÓNIO DOS POBRES — Na nossa última crónica que saiu na penúltima edição do jornal demos conta da angariação de fundos que a nossa Conferência Vicentina está a promover para reparar os telhados de várias das casas do Património dos Pobres da paróquia.
Hoje queria aqui dar uma notícia sobre este assunto que é boa a vários títulos. A notícia é que o Grupo de Jovens da paróquia aderiu a este processo, estando a montar uma iniciativa para ajudar nesta causa, com recurso às redes sociais.
Não é a primeira vez que este grupo colabora com a Conferência Vicentina. É muito bom quando isto acontece. É sempre muito bom quando vários grupos duma paróquia colaboram para promover o Bem Comum. Sem menosprezo por pessoas doutras idades, também é muito bom quando são os jovens a envolver-se neste tipo de iniciativas.
Há vários estudos que dizem que Portugal é um dos países da Europa com mais baixas taxas de voluntariado. É possível que haja algumas deficiências nestas estatísticas e que a realidade não seja assim tão má, mas também há traços característicos da nossa cultura que podem estar a contribuir para isso. Somos um país que não nasceu com base numa nacionalidade que já existisse na altura a ligar colectivamente os cidadãos. Portugal nasceu através de um acto de centralização do poder político na pessoa de quem veio a ser o nosso primeiro rei. Por isso, o centralismo está nos genes da pátria, desde o seu início, continuando bem vivo até aos dias de hoje.
A relação que isto tem com o assunto que está aqui a ser tratado é que há, muitas vezes, a atitude de atirar completamente para entidades públicas a responsabilidade da resolução de problemas colectivos: "Eu já pago os meus impostos e por isso, o Estado é que deve resolver o problema.". Com certeza, que é dever de cada cidadão cumprir as suas obrigações cívicas como a de pagar impostos e é dever das entidades públicas dar bom uso a esses impostos, mas não começa nem acaba aqui a responsabilidade social dos cidadãos.
Também somos "um jardim à beira-mar plantado" e ainda bem que assim é. Comparando com outros países, não temos estado tão sujeitos a catástrofes naturais e a outros riscos sociais. Por isso, temos mais dificuldades do que outros povos quando temos que nos organizar colectivamente para resolver problemas que nos afectam a todos.
Isto não quer dizer que não sejamos um povo que muitas vezes é generoso, mas temos dificuldade em fazer com que essa generosidade seja organizada e aconteça com regularidade.
Que este exemplo do nosso Grupo de Jovens se replique por cá e por esse país fora e que se cultive nas novas gerações o Amor ao Próximo!
Os nossos contactos (só para assuntos da Conferência e não para assuntos da administração do jornal)
Conferência Vicentina de Paço de Sousa
A/C Jornal "O Gaiato"
4560-373 Paço de Sousa
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Américo Mendes