CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA
Casas do Património dos Pobres da Paróquia
Temos por cá quinze casas do Património dos Pobres. Embora estas casas sejam, e bem, propriedade da Paróquia aqui representada pela sua "Comissão Fabriqueira", desde há muito que tem sido a nossa Conferência Vicentina a assumir os encargos das obras de reparação e de melhoramento dessas casas. Mais recentemente juntaram-se a estes encargos o do pagamento do IMI, indo a Conferência Vicentina assumir aqui, agora, já não a totalidade, mas sim parte das despesas.
Neste momento, há três destas casas que estão desocupadas, por motivos diferentes em cada um dos casos. Em duas destas casas são precisas obras que irão consumir todas as reservas (e mais do que isso...) que a nossa Conferência prudentemente tem sempre posto de lado para fazer face a este tipo de despesas.
Ainda sobre uma dessas três casas, é aqui de louvar publicamente o trabalho feito há dias por um grupo dos nossos Vicentinos que tirou de lá muitos quilos de lixo que o desleixo do seu anterior morador deixou acumular, mais o que acresceu depois dele de lá sair.
Para a (re)ocupação destas casas, a seguir às obras que será preciso fazer em duas delas, a experiência recomenda muita prudência. É muito fácil entrar, mas é muito difícil sair.
Com efeito, se "abrirmos concurso" para "necessitados" destas casas, certamente não faltarão muitos candidatos. Por isso, (re)ocupá-las não será difícil, e será ainda mais fácil se houver pouco critério na decisão sobre quem as irá ocupar, situação que sempre procuramos evitar naquilo que dependeu da nossa Conferência.
O difícil é quando alguém deixa de estar na situação de carência económica, ou deixa de cumprir compromissos que assumiu quando a casa lhe foi atribuída. Fazer com que moradores nestas condições deixem as casas para outros que precisam mais do que eles é muito difícil, ou mesmo impossível. Há que dizer que temos por cá casos destes, embora sejam muito poucos.
Resolver estas situações a bem, apelando à consciência moral deste tipo de moradores para libertarem as casas para outros que estão mais carenciados do que eles não dá porque, se essas pessoas tivessem essa consciência moral no sítio, fariam isso por elas próprias. Resta resolver estas situações por recurso a meios coercivos, coisa que não temos feito porque não somos de violência.
Se sair é, assim, muito difícil, pelo menos cuidemos, com toda a prudência, do entrar. Naquilo que depender de nós, será isso que, mais uma vez tentaremos fazer na (re)ocupação das três casas atrás referidas.
Se estivermos a proceder mal, que Deus nos perdoe, mas
achamos que não, face à experiência de muitos anos neste ofício.
Américo Mendes