CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA

 «SE A VOSSA JUSTIÇA NÃO SUPERAR A DOS ESCRIBAS E FARISEUS, NÃO ENTRAREIS NO REINO DOS CÉUS.» (Mt, 5:20)

Sem entrarmos aqui na especificação das situações concretas que motivaram o tema desta crónica que não interessam para o caso, este tema vem por causa de muitas vezes nos atermos à definição de normas e ao cumprimento formal das mesmas, achando que com isso estamos a fazer tudo o que é necessário para que haja justiça neste mundo.

Os Evangelhos têm várias passagens onde Cristo nos chama a atenção para não procedermos assim. A passagem aqui citada é um caso.

Muitas vezes temos tendência a cair numa de duas situações. Uma é esta de definirmos normas, ou esperarmos que alguém as defina e acharmos que o seu cumprimento formal basta. As normas justas são precisas, o seu cumprimento é preciso, mas para haver justiça neste mundo é preciso bem mais do que isso. Amar ao próximo como a nós mesmos e a Deus sobre todas as coisas é bem mais do que nos atermos à definição e ao cumprimento formal de normas.

A outra tentação de facilidade em que, muitas vezes, caímos é a de que o dinheiro resolve: dá-se uma ajuda em dinheiro, ou paga-se a alguém para fazer qualquer coisa que a partilha solidária poderia muito bem ter resolvido. As relações comerciais têm o seu lugar e o comércio que se deseja justo também tem o seu lugar, mas promover a justiça e cumprir o 1.º Mandamento da Lei de Deus não se pode reduzir a isso.

Estas duas tentações aqui faladas estão por aí em muitas situações do dia a dia, incluindo na acção vicentina. Que Deus nos ajude a não cairmos nelas.

Américo Mendes