DA NOSSA VIDA

   Aproxima-se a data da inauguração do nosso espaço Memorial de Pai Américo e da Obra da Rua. Será no próximo dia 23, em que se perfazem 130 anos do nascimento de Pai Américo. Teremos o Sr. D. António Taipa, Administrador Diocesano do Porto, a fazer a abertura do nosso Museu, o qual vem sendo preparado há longos meses.

   Escolheu-se para o efeito o edifício das Escolas, desactivado no ano de 2007, devido às condições impostas pela reorganização escolar oficial.

   Era na cave deste edifício, com entrada pelas traseiras do mesmo, onde todos os anos se recolhiam as batatas produzidas nos campos agrícolas desta Casa do Gaiato de Paço de Sousa, conhecido por celeiro da batata.

   O piso do rés-do-chão era composto por três salas de aula e espaços de apoio. Desde o ano lectivo de 1943-44 até ao de 2006-07, mais de sessenta anos, passaram nele centenas de Rapazes nossos na sua aprendizagem escolar, do 1.º ao 4.º ano, e também no 2.º ciclo, no sistema de Tele-escola. Simultâneamente, frequentaram-na alunos e alunas do exterior, quando rareavam as escolas públicas nas localidades mais pequenas.

   O primeiro andar do edifício manteve o salão de festas, onde queremos vir a recolher os sinais que ficaram das nossas Festas, especialmente no Coliseu do Porto, ligeiramente encurtado para a criação de uma sala para Arquivo, de apoio ao Museu.

   A renovação interior do edifício teve de corresponder à sua nova função, estabelecido com espaços amplos iluminados artificialmente de forma conveniente, conjugada com a luz natural proveniente do exterior.

    A parte mais importante desta iniciativa que tivemos como urgente, dado que o passar dos anos vai diluindo e rarefazendo aquilo que será o recheio do Museu, foi sendo reunida e recolhida, e continuará a sê-lo, pois sabemos que muitos dos variados objectos ligados a Pai Américo e à Obra da Rua desde a sua génese, se encontram dispersos na posse de muitas pessoas que por eles têm afinidade e valor estimativo. Poderão também assim vir a ser, para todos quantos os visitarem, testemunhos dos acontecimentos da esperança, alegria e vida que Pai Américo deixou em tanta gente, Pobres, Rapazes e pessoas de boa vontade que colaboraram com a Obra da Rua.

   Finalmente, esperamos vir a ter brevemente a visita de um representante da Nação portuguesa. Na sua dedicação aos Pobres, Pai Américo sempre tinha presente o sentido biunívoco existente entre eles e ela e os seus interesses mútuos, chamando à responsabilidade individual mas também dos dirigentes do colectivo do Povo.

Padre Júlio