DA NOSSA VIDA
Nesta celebração que fizemos dos 130 anos do Nascimento de Pai Américo, a que não faltou o bolo de aniversário anualmente oferecido por outro Américo nascido no mesmo dia e mês, bem como o canto dos parabéns, tivemos alguém que nos chamou a atenção para aqueles(as) que colaboraram directamente com Pai Américo no dia-a-dia, e tiveram a sua quota-parte de participação naquilo em que se veio a tornar a Obra da Rua, tão sui generis na sua pedagogia, pensamento e prática de vida.
É por isso importante trazemos à luz essas presenças com influência no ser da Obra da Rua na contemporaneidade de Pai Américo.
Estando nós à distância de quase 80 anos, sem participação directa nos acontecimentos, e apesar do conhecimento transmitido que ficou gravado em livros, documentos e testemunhos orais, é compreensível que não seja fácil salientar os momentos e as pessoas com influência importante para a definição do caminho seguido por Pai Américo na estruturação da Obra e das suas opções.
Dos de dentro, houve vários Rapazes com importante acção nessa estruturação, ou não seja ela uma «Obra de Rapazes, para Rapazes, pelos Rapazes», e deles destacaria o nosso Júlio Mendes, a quem recentemente o Bispo Emérito das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira caracterizou como «um grande evangelizador da Obra da Rua». Foi certamente esta a sua acção mais visível, mas foi também importante na constante relação coloquial, muito próxima, que foi mantendo com Pai Américo ao longo dos anos.
Também os Padres da Rua que com ele colaboraram tiveram um papel importante, sendo de destacar o Pe. Adriano, seu primeiro companheiro e seu previsível continuador, que não o chegou a ser pelas vicissitudes que se interpuseram nos dias derradeiros da vida de Pai Américo, as quais se tornaram impeditivas para essa previsível assunção de responsabilidades.
Outros colaboradores importantes de Pai Américo foram Senhoras da Obra, tal como a D. Sara, filha de sua irmã Maria, durante os primeiros anos enquanto a Obra "ganhava dentes". Outras se lhe juntaram e ainda outras a precederam, como importante apoio ou retaguarda na sua acção de amor pelos Pobres e pelos Rapazes da rua, a começar nas Colónias de Campo do Garoto da Baixa.
Poderíamos alargar o leque de importantes colaboradores de Pai Américo, agora dos de fora, indispensáveis na linha da criação de um ambiente de confiança pelo apoio material e humano, embora Pai Américo pusesse a sua principal e primeira confiança n'Aquele que o impeliu para tamanho empreendimento. Poderíamos neste caso citar o Eng.º Santos Silva, o ministro Eng.º Duarte Pacheco e o Sr. Manuel Cunha, entre muitas outras figuras.
Também considerar a presença dos seus próprios familiares, que Pai Américo procurou manter perto do seu apostolado, embora esta ligação natural nunca se constituísse num entrave para a sua acção: Os Padres da Rua são padres que «não têm residência. Nem família, nem amigos, nem campos, nem interesses, nem nada» (N. V. 16)
E sempre, o Povo: «Ai Porto, Porto, quão tarde te conheci!». Foi o começo, que se alargou ao restante país, d'Aquém e d'Além mar.
Por fim, voltando ao princípio, o seu bispo: «Nihil sine Episcopo». Pela sua palavra confirmativa «Ande lá, ande lá...» Pai Américo avançou e os montes caminharam à sua frente.
Padre Júlio