DA NOSSA VIDA

Para servir os Pobres

Os Pobres não têm abundância de bens para a sua vida. Por isso, não põem a sua esperança e confiança nos parcos bens que possuem. A sua esperança e confiança está n'Aquele que lhes dá a vida, o seu melhor e maior bem. Esta sua condição leva-os a terem de pedir parte do necessário para a satisfação das suas necessidades. Os Pobres são, por condição, mendicantes.

É neste espírito que a nossa Obra se insere e, por consequência, os seus obreiros. Sempre temos necessidade de pedir o que falta para além dos frutos do nosso trabalho. Deve-se à Providência de Deus os dons que o nosso trabalho não alcança, que são bênçãos pensadas e preparadas antes que delas haja necessidade.

A vinda de um novo padre para o trabalho da Igreja ao serviço dos Pobres na nossa Obra, é um desses frutos gerados no coração Paterno de Deus, que escolhe, modela e envia no momento em que se faz sentir a sua falta. Embora magnânimo, Deus não dá em excesso, mas em plenitude.
O excesso provocaria corrupção; de Deus só provém a alegria inesperada aberta a novas surpresas.

Vivemos um momento de saborear esta presença Providencial de Deus, que nos manda um companheiro para estes trabalhos de anúncio da Boa Nova aos Pobres, o Padre Fernando. São imensos os Pobres carecidos de esperança nesta sua vida terrena, oprimidos pela vida iníqua das sociedades que os deveriam considerar como parte delas. Esquecidos por elas, não estão esquecidos por Deus, que ao longo dos tempos chama e manda trabalhadores para cuidarem desta parte da Sua vinha, para que não definhe mas tenha vitalidade.

Sempre a seara é grande e os trabalhadores são poucos para tão extensa tarefa, por isso a necessidade de continuamente Lhe pedirmos que mande mais servidores para reconduzir para Ele o que parece perdido. Tal como hoje e no passado, teremos novas bênçãos Suas no futuro, que replicarão os frutos que esta Sua Obra gerada no coração de Pai Américo vem produzindo ao longo de décadas, porque Obra humana com sabor divino.

Com Padre Fernando, que agora começa um modo diferente de exercer o seu sacerdócio nesta missão especial que é a dos Padres da Rua, alegremo-nos e continuemos a pedir luz e coragem para os trabalhos que as realidades do mundo nos apresentam e que somos chamados a dignificar.

Por esta altura, em 19 de Março de 1932, Pai Américo dava já passos firmes no serviço dos Pobres numa doação plena, respondendo à chamada de Deus pelo seu Bispo. A quem responde em plenitude Deus dá «uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante». São muitos os Pobres, sejam muitos os seus servidores.

Padre Júlio