DA NOSSA VIDA

O Bem e o mal

Os filhos são semelhantes aos pais. «Tal pai, tal filho» é costume dizer-se para sublinhar essas semelhanças. Nós, como filhos de Deus que somos, não é para admirar que sejamos semelhantes a Deus.

Passando do Ser para o Agir, também aqui Lhe somos semelhantes, embora possamos divergir, pela má orientação do que nos faz agir, o amor, fazendo o mal. Deus, que é amor, não pode não amar, por isso ama sempre para o bem do amado, ao passo que nós, que não somos só amor, podemos orientar o nosso agir a pensar no bem de si mesmo causando o mal dos outros. Deus não está sujeito ao poder do mal mas nós podemo-nos sujeitar.

Nos dias que correm, a grande difusão dos acontecimentos, especialmente dos violentos, mostram o estado de sujeição ao mal, de indivíduos e de grupos, que ilusoriamente e inconscientemente procuram o que lhes parece um bem, que resulta em males, por vezes, horrendos para os outros. São jovens, são maridos ou companheiros, são religiosos, são os movidos por distúrbios, são ambiciosos de poder... são ou é sempre alguém que perdeu a liberdade de espírito.

No nosso dia-a-dia, todos somos postos à prova em situações da mesma índole, em coisas pequenas ou mais significantes, através daquilo a que chamamos provação ou tentação. Para vencer e nos vencermos, há que estar atentos e vigilantes.

Outra forma de abordar esta questão, é aquela que Pai Américo usava nos seus colóquios simples e entendíveis com os rapazes, posta em termos de opção entre o bem e o mal. Com a ajuda da consciência para distinguir um e outro, há que procurar fazer o bem que se quer e não o mal que não se quer.

No nosso modesto entender, estudar os acontecimentos sociais violentos para os compreender e procurar reduzir ou anular, não deve ser feito sem trazer ao de cima aquilo que nos faz semelhantes e que deve contribuir para o bem comum.

Partilha

É o meio por excelência para criar unidade. Partilhar o que se tem e o que se é, numa acção sincera, coerente e desinteressada, é caminho de paz que apaga qualquer violência.

A comunhão com a vida dos Pobres, de forma organizada ou não, é eficaz no caminho do bem. A participação nas Conferências de S. Vicente de Paulo são disso um exemplo. Os Rapazes nas nossas Casas, nos seus primórdios, fundaram uma Conferência em cada Casa, produzindo frutos na vida deles e das comunidades. Vale a pena recuperar esta fonte de bem.

Padre Júlio