DA NOSSA VIDA

Em Angola

A nossas Casas do Gaiato em Malanje e Benguela concentram a nossa atenção pelas suas particulares necessidades de levarem a cabo alguns melhoramentos, tão necessários para a formação e sustento dos nossos rapazes que formam essas comunidades.

Não significa isto que as nossas Casas em Portugal não tenham a sua vida, também estruturada para esses fins, mas a sociedade portuguesa oferece outras estruturas que para as ter em Angola é necessário que haja quem tome iniciativas.

Por isso, os nossos padres responsáveis pela Casa do Gaiato de Angola, Pe. Rafael em Malanje e Pe. Quim em Benguela, de quando em vez vão-nos apresentando as suas iniciativas e o que carecem para as levarem a cabo, das quais virão os bens que a terra dá, o conhecimento que a escola transmite e os produtos que as várias oficinas fabricam para uso das comunidades e de outros que nos procuram.

De Malanje, Pe. Rafael tem vindo a falar-nos do avanço das obras da escola, destinada a leccionar cursos profissionais básicos, que está em fase final de construção mas ainda totalmente destituída do equipamento fundamental para os levar a efeito. Depende, também neste aspecto, pelo menos na fase inicial para o arranque, das indicações prestadas pelos serviços públicos locais. Será tudo adquirido pela nossa Obra, localmente ou em Portugal.

Por vezes, há iniciativas de organizações que nos visitam, que se propõem ajudar a melhorar ou a dar início a uma nova tarefa em algum sector da Casa. Foi o que aconteceu muito recentemente, tendo sido interpelados a melhorar o processo da produção do milho, de modo a que se obtenha melhor aproveitamento e qualidade do que a terra nos produz.

O conhecimento das nossas reais necessidades, levou-nos a aceitar o desafio de melhorarmos o processo de colheita, armazenamento e conservação do milho, assim como o processo de transformação em farinha em melhores condições. Será necessário construir um silo de armazenagem e tratamento do milho, que em conjunto com duas máquinas farão todo o processo desde o descarolamento até ao produto final, a farinha. Como os valores são consideráveis, contamos que a fatia maior do custo seja coberto pela organização que nos lançou neste trabalho e o restante resulte do que nos chegar através da nossa Casa de Paço de Sousa que fará a colecta das ofertas dos nossos amigos.

O nosso Pe. Quim, em Benguela, de há muito que vem pensando na melhor forma de captar dos lençóis freáticos, a água indispensável para a rega das suas produções agrícolas. Os pequenos furos tradicionalmente feitos, bem como o transporte da água à superfície, pedem uma mudança de métodos para que se evitem desperdícios já que a água é cada vez um bem mais precioso e raro. Neste momento anda a juntar os meios para mandar executar o furo e tenha o equipamento conveniente para executar a rega, através de pivô. De Paço de Sousa esperamos enviar-lhe uma boa parte do necessário para este fim, procurando localmente que alguma contribuição lhe seja somada.

A alegria deles é também a nossa alegria. Que ela chegue a muitos mais.

Padre Júlio