DA NOSSA VIDA

Maternidade

No tempo de Maria, Mãe de Jesus, havia muitas mulheres, e praticamente todas desejavam ser mães. Era uma desonra aos olhos dos outros não o ser. De entre todas foi escolhida Maria. Ela achou graça diante de Deus e correspondeu-Lhe plenamente entregando a sua vida, a serva do Senhor.

Este modo pleno de entregar a vida teve o seu expoente, quero crer, em Maria, e passou a ser o paradigma em que todo o vocacionado se projecta.

Com o desenvolvimento social, múltiplas tarefas são exercidas, e todas nascem de necessidades criadas. A motivação para escolher uma ou outra provém, geralmente, de simpatia natural ou interesse material. Quando se trata de vocações, falamos de tarefas que, mesmo parecendo-lhes iguais, têm iniciativa no sobrenatural e participação no que é natural na humanidade.

No chamamento de Maria à maternidade, esteve a iniciativa de Deus, que lhe deu a graça de ser Mãe de Jesus e de toda a humanidade. Maria é Mãe por toda a eternidade. Eternamente dada a seus filhos.

Aqui vemos a plenitude a que entregou a sua vida e como se torna o modelo de todo o vocacionado. Este, terá que correr todo o percurso da sua vida tendo no olhar este modelo, atingível à medida de cada um. Mas nunca poderá parar antes de chegar à meta final.

Maria prossegue o seu caminho de Mãe chamando alguns dos seus filhos a uma dedicação plena, à sua semelhança. Apesar de a grande maioria andar distraída, como que ainda na fase da busca de identidade, alguns e algumas têm a maturidade espiritual suficiente para se deixarem encantar com a beleza que lhes manifesta no seu interior.

O mundo tem como chave para vencer as desigualdades entre pessoas e povos o dinheiro. A busca dele que é precisamente a causa dessas desigualdades. Atenuá-las para as vencer só na base da ajuda fraterna: como pais, como mães, como irmãos. Tudo o resto são meios.

Também hoje

A Obra da Rua é um campo e um mundo onde se vive o apelo tão bem expresso pelo falecido bispo do Porto D. António Francisco: «Os pobres não podem esperar!» Eles são a razão da sua existência, no seu nascimento e na sua continuidade. Métodos? - o amor, na palavra e testemunho de Pai Américo e na sua simplicidade e encanto pela pobreza.

Os filhos dos pobres sem remos nem rumo, são o apelo concreto à vivência de laços paternos e maternos por vocações inspiradas. A existência do apelo é razão para se discernir e responder.

Fragilidades e imperfeições? Não há família onde elas não existam, nos seus membros e na sua vida familiar.

Padre Júlio