DA NOSSA VIDA
Encontros celebrativos
Tivemos mais um Encontro a que todos nós chamamos de Dia de Pai Américo, ocorrido este ano em 21 de Julho. A Ele são chamados todos os Gaiatos, mais velhos e mais novos, para se reunirem, com suas famílias, e confraternizarem à volta das mesas da Vida, da Palavra e do pão. É num ambiente propício que o coração e a memória recuperam o que o tempo tende a desvanecer, e a vida futura é constantemente interpelada a partir da realidade presente. Cada ano que passa é mais um ano cumprido da nossa vida, que vai decrescendo no tempo até ao seu novo começo.
A 16 do mesmo mês, também todos os anos, coincidindo ou não com aquele, toda a Obra da Rua celebra o Seu dia. É o seu dia central, pois foi a 16 de Julho de 1956 que se deu um novo começo, «a minha obra começa quando eu morrer», como disse Pai Américo, cujo princípio é para nós em data incerta, embora conhecida de Deus, o seu autor.
Se o dia da Obra da Rua congrega naturalmente os que se dedicam na lida diária da Obra e alguns outros que se lhes juntam, o Dia de Pai Américo dilata-se para celebrar com todos, de todos os tempos e lugares, até porque é uma celebração que se realiza sempre num Domingo. Todas as Casas da Obra, num e noutro dia, celebram em si mesmas estes dias.
Sempre vêm ao Encontro mais alargado alguns daqueles que já não víamos há mais tempo e faltam outros que não vieram por razões que desconhecemos. Quando se trata, neste caso, de mais velhos, fica-nos uma dúvida inquieta sobre qual será a sua real situação. Quanto aos mais novos, ficamos no conhecimento de que muitos e muitos estão a fazer a sua vida no estrangeiro, em grande parte em países da União Europeia, em linha com uma boa parte dos jovens portugueses.
São já muitos os anos que a nossa Obra conta. Se dermos como sua data início o dia 7 de Janeiro de 1940, pois foi nesta data que começaram a existir as Casas do Gaiato, esta em Miranda do Corvo, Coimbra, contar-se-ão em 84 os anos da Obra da Rua. Por isso e pela natureza da vida humana na terra, muitos dos nossos já partiram e, para todos esperamos, que Pai Américo os tenha acompanhado à presença de Deus. Aos que podem vir, que o façam, porque acredito que é gratificante para todos partilhar a vida.
Talvez que o tema mais apelativo seja o recordar acontecimentos do passado. Nada mais comum em encontros familiares, sem esquecer a situação presente de cada um. Como não podia deixar de ser, também há a necessidade de entrar mais na esfera da vida espiritual, hoje tão arredada das sociedades em que vivemos, uns e outros. Na procura de uma vida com melhores condições económicas, que o mundo também procura, mas de forma assoberbada, não podemos esquecer o propósito que levou Pai Américo a fundar, em geral, a Obra da Rua e as Casas do Gaiato em particular: «Eu quero os meus filhos no Paraíso». Estes dois propósitos, espiritual e material, devem ser também os nossos principais propósitos.
Padre Júlio