MALANJE

Certa vez, falando com um Padre da Rua, disse-me que a Obra da Rua não é uma questão de quantidade ou de qualidade. Como sempre, corremos dois perigos: fecharmo-nos no passado ou esbatermo-nos no futuro. Manter o autêntico e actualizá-lo no presente, sempre foi, e será, um desafio. O que vemos, é que a Obra da Rua é chamada a fazer Caridade cristã... superando uma interpretação medíocre e simplista destas palavras.

Há coisas que são irrenunciáveis para a Obra da Rua: o protagonismo dos pobres para poder governar e gerir, a liberdade e a espontaneidade para tomar e assumir suas decisões, a responsabilidade para se comprometer com o seu próprio desenvolvimento, a família como espaço autêntico para um crescimento efectivo e equilibrado, a educação e a formação das pessoas em todos os momentos do seu crescimento, a natureza e o amor ao meio ambiente, a formação espiritual fomentadora da dimensão transcendente do ser humano.

Na Obra da Rua, continuamos a acreditar que isto é possível com a ajuda e a generosidade de muitas pessoas.

Seguramente não serão grande projectos aos olhos do mundo, mas ainda tem esse sabor daquelas organizações cristãs que vivem da generosidade de pessoas concretas.

Por isso, quero agradecer a todas as pessoas que colaboraram para que o contentor para Malanje seja uma realidade - não foi fácil. Sobretudo, conseguir o sistema de rega para podermos cultivar e algumas máquinas, como o semeador, adubadora... e tudo graças, fundamentalmente, à Casa do Gaiato de Setúbal, e aqueles que a formam.

Padre Rafael