MALANJE

Hoje recebemos a boa notícia de que o Padre Alfredo se reuniu com o seu Bispo, D. Manuel Linda, para o informar que depois de estar vários anos na Obra da Rua, deseja servi-la como Padre da Rua. O seu Bispo era conhecedor deste desejo e das exigências que implica este tipo de vida ao serviço da Caridade. Consciente da necessidade de Padres que a Obra da Rua vive, aceitou o seu pedido e enviou-o como presbítero diocesano ao serviço dos pobres. A partir deste momento, viverá numa das Casas do Gaiato (que será indicada pelo Director da Obra) e servirá nela, doando-se como faz um pai pelos seus filhos.

Na nossa Casa do Gaiato de Malanje começamos um processo para determinar qual a atitude e comportamento que devem ter todos os rapazes que já têm 18 anos ou mais. Todos sabemos que as Instituições governamentais não entendem os benefícios da convivência de menores com maiores de idade. Como em nossa Casa o padrão é a família, vemos isto como algo inerente e natural em cada Casa. Este processo baseia-se em três encontros centrados nos seguintes temas: primeiro, qual está a ser o comportamento dos maiores em Casa; segundo, qual deveria ser o comportamento dos maiores em Casa; terceiro, que teremos de mudar pensando no futuro. Já realizámos os dois primeiros encontros e falta o terceiro.

Como sucede em todos os lados, quando falta o máximo responsável, há sempre oportunistas, e estes não faltaram durante a ausência do padre Rafael. A verdade é que quase a totalidade da comunidade ficou com uma impressão muito positiva do Padre Alfredo por sua proximidade, simplicidade e sensibilidade. Os restantes estão a ser chamados a contas por desordens e faltas de responsabilidade. Todos sabemos que a Casa do Gaiato é de, para e pelos gaiatos. Se queremos que algo funcione, têm de ser eles a pô-lo em andamento, se não - são castelos construídos no ar.

Ao fim de três meses o contentor chegou a nossa Casa do Gaiato de Malanje. Como sempre, estamos imensamente agradecidos pelo esforço e pela generosidade. Nossos benfeitores, através da Obra, não deixam de nos dar um pouco de alento, neste momento difícil que estamos vivendo ultimamente em Angola. Temos de recuar muitos anos para encontrar um estado tão lamentável e de tanta insegurança como o que vivemos este ano.

Padre Rafael