MALANJE

A Obra da Rua actualmente está ligada à Diocese do Porto. Deste modo, as diferentes Casas do Gaiato, Património dos Pobres e o Calvário formam uma organização vinculada a uma mesma Obra. Devido aos condicionalismos que a lei de Angola coloca, as Casas de Angola não dependem da Diocese do Porto, pois foram constituídas estatutariamente como associações de solidariedade angolanas. No futuro será necessário pensar como ligar de um modo legal as Casas de Angola com a Obra de Portugal e a Igreja. É urgente meditar seriamente este assunto para não assistir a um eventual afastamento entre as Casas de Angola e Portugal como já aconteceu em Moçambique.

Outro dos grandes desafios é conservar e assegurar a justa autonomia das diferentes Casas do Gaiato e Beire. De tal modo que a nível de gestão possam ser geridas de um modo autónomo. A Obra da Rua terá que repensar-se na sua estruturação para ser Mãe que deixe crescer os seus filhos adultos e fazer nascer outros novos. Temos pensado no modelo de Fundação… deixemos que o Espírito através de sua mediação inspire novos caminhos.

Os padres da rua cada dia somos menos e com muitas dificuldades de contagiar, neste modo de viver, o ministério presbiteral a outros padres. A verdade é que o padre Américo não deixou uma organização de padres, mas sim uma maneira de viver o ministério da caridade como padres diocesanos servindo de um modo mais efectivo na Obra da Rua. Vimo-nos questionando sobre o interesse em criar uma associação de padres da rua como referência para a Igreja universal… não devemos esquecer que vários padres são vindos de outros países e os seminaristas que batem à nossa porta também.

Esta breve partilha com todos nossos leitores e amigos tem como objectivo, em primeiro lugar, fazê-los partícipes destas inquietações para que entre todos procuremos em primeiro lugar pedir o auxílio do Espírito Santo e em segundo para participar de algum modo. Pois a comunhão com o espírito da Obra deve permanecer e a missão da Obra deve continuar, mas, como diz o papa Francisco, a participação fortalecerá esse vínculo indispensável.

Padre Rafael