MALANJE

Este ano decidimos transferir toda a actividade agrícola para a Casa do Gaiato e deixar a quinta da Carianga para o gado. Vamos cultivar apenas um pouco de milho e mandioca. Para isso, construímos uma vala num dos lados do lago para irrigar, montámos um barracão e instalámos uma electrobomba para cultivo gota a gota e para os aspersores. Este foi um grande investimento, mas ao fazê-lo nós próprios reduzimos muito os custos. Desta forma, será mais fácil envolver os rapazes no trabalho agrícola.

Estamos agora na fase final do acolhimento dos novos gaiatos. Depois de uma pequena selecção, alguns responsáveis foram visitar as famílias das crianças e, após uma entrevista com o INAC, pediremos ao Governo uma guia para que a criança possa estar na Casa do Gaiato. Este ano criámos uma equipa de educadores composta por quatro responsáveis e um membro da direcção para que o acolhimento das novas crianças seja o mais familiar possível.

Após vários dias de reuniões para planear o ano lectivo, os rapazes decidiram escolher três objectivos:

1) melhorar as actividades lúdicas da nossa Casa;

2) fortalecer a vida espiritual em nossa Casa;

3) preservar o meio ambiente em nossa Casa.

Agora é tempo de encontrar os meios para tornar isto uma realidade e de organizar diferentes actividades. Queremos também, de uma forma especial, colaborar nas áreas produtivas e tentar reabrir o Lar para aqueles que terminam o ensino médio e querem entrar na vida activa ou continuar os seus estudos universitários. Grandes desafios para este novo ano, onde os gaiatos serão, mais uma vez, os verdadeiros protagonistas e autores do bom sucesso da nossa comunidade.

Outro projecto que está parado é a continuação da avenida de acesso à Casa do Gaiato. Temos quase 250 metros com pavimentação e iluminação, mas só nos faltam 100 metros. A retroescavadora que sempre nos ajudou continua a ter problemas, agora a bomba hidráulica. Estamos gratos às pessoas de boa vontade que nos ajudam com cimento e outros materiais. Um dos aspectos mais maravilhosos deste projecto é que é inteiramente feito por nós, como o Padre Américo sempre recomendou.

Padre Rafael