PATRIMÓNIO DOS POBRES

Têm-me chegado pelo computador e pelo telefone, algumas mensagens que eu devo pôr em comunhão com os amigos do Património. Uma delas está a de um assinante de O Gaiato que me fala assim: — Sou assinante do Gaiato e leio atentamente os seus tocantes artigos. Gostaria de ser da família dos pobres. Qual o NIB para eu também ajudar esta nobre tarefa?

Ser uma família destas é um desejo muito agradável Àquele que se fez pobre, sendo o mais rico e o criador de todo o Universo e manifestou com a autoridade que lhe é própria, como primeiro desígnio da sua chegada, a Evangelização dos Pobres.

Este objectivo coincide com a vontade de Deus e é um passo fundamental para O encontrarmos, para lhe ser agradável e saborear o Reino dos Céus. É partilhar a mesa e privarmo-nos de tudo o que é supérfluo, desprendermo-nos do vazio deste mundo, quer no vestir, quer na habitação, quer no carro, para ser deles.

Outra mensagem: — Venho cumprir a minha obrigação de ajuda para o irmão em dificuldade. A bolsa não é pesada, mas a satisfação de poder fazer, pode ser muito grande. Tive a sorte de os meus pais mo ensinarem.

Este médico reconhece que os pais não só o baptizaram mas também lhe ensinaram, pela prática o caminho da Igreja e a vantagem de comungar com os pobres. Estas obrigações e desejos revelam-nos a sua sede interior de verdade e justiça e aparecem aos olhos da sua consciência cristã como ânsias de Deus, de se manifestar nas pessoas de qualquer irmão sofredor.

O Senhor é o refúgio dos pobres na tribulação, o refúgio dos oprimidos, o refúgio nos momentos de tribulação. Em Vós Senhor confio os que conhecem o Vosso Nome porque não abandonais os que vos procuram. Para a mansão dos mortos se retirem os ímpios. O pobre jamais será esquecido. A Esperança dos amigos de Deus jamais será esquecida…

O SALMISTA não se cansa de repetir o carinho que Deus manifesta aos pobres. E São Paulo na 2ª Carta aos Coríntios diz-lhes: Queremos dar-vos a conhecer irmãos, a Graça que Deus concedeu às igrejas da Macedónia. No meio de grandes tribulações, com que foram provadas, distribuíram generosamente e com transbordante alegria, apesar da sua extrema pobreza, os tesouros da sua liberalidade. Sou testemunha de que eles, segundo as suas posses e para além das suas posses, nos pediram espontaneamente e com muita insistência a Graça de participar neste serviço a favor dos pobres.

Padre Acílio