SETÚBAL

Há uma frase muito fascinante que um certo pensador a disse e que me tem ajudado muito a compreender cada vez mais a génesis da Obra da Rua – Casa do Gaiato que foi iniciada pelo Pai Américo, quase no início da sua vida sacerdotal, com a visita aos pobres, aos doentes, aos hospitais e aos presos. E a frase é esta: "Deus quer, o homem sonha e a obra nasce". Ora, apesar da Obra ser iniciada por um homem terreno, ela já existia no pensamento de Deus e ao mesmo tempo construída na Sua morada santa. O homem sonha – certamente, não um homem qualquer, mas aquele que descobre a presença do Deus Uno e Trino em si e que a partilha com os outros, em vez de a querer só para si. A obra nasce – não por iniciativa humana, mas divina; razão pela qual ela deve ser uma obra de amor e inspirada no Evangelho. Além disso, ela é mendicante porque o seu Fundador foi o primeiro mendigo em toda história da salvação; Ele que para encarnar-Se teve a humilde iniciativa de pedir permissão a uma Mulher para ser Deus connosco. No entanto, a primeira Casa do Gaiato encontra-se no Céu, porque se não se encontrasse lá, as terrenas já não existiriam e os ignorantes já as teriam feito desaparecer… Mas felizmente, a sua génese é divina. Ora, Deus escolheu Pai Américo como seu instrumento para tornar visível essa Obra divina para as crianças abandonadas, sozinhas, errantes, perdidas nos caminhos; crianças essas que seriam alimentados de carinho, verdade e justiça para serem Homens. E foi isto e muito mais que o Pai Américo fez e continua a fazer lá do Céu, juntamente com os restantes Padres da Obra da Rua: Carlos Galamba, José Flausino, Horácio, Zé Maria, Manuel António, Acílio, etc., todos a intercederem por nós junto de Deus. Todos, sim! Os rapazes, funcionários, voluntários, benfeitores e amigos da Obra. Portanto, é uma enorme graça sabermos que a Obra da Rua não está sozinha, pois há muitos e muitos no Céu a intercederem por ela. Disto, podemos crer!

Paulo Domingos

(Seminarista de Malanje e Gaiato, agora em Setúbal)