SINAIS

Em 1987 vim para o Calvário para dar umas pequenas férias ao Padre Baptista. Ele tinha acabado de chegar com um doente louco e deficiente físico. A família tinha-o num cortelho de porcos e estendia-lhe um prato de comida nas refeições. O cortelho tinha palha que para o doente era cama e quarto de banho...

Durante 60 anos, Padre Baptista recebeu doentes que ninguém quis. Foram tratados como pessoas e com carinho. Se há alguma falha - que obra humana não está sujeita?

Três anos de pena suspensa, sem poder viver na sua casa!

Padre Baptista está na sua aldeia e vai tomar as suas refeições a um lar de velhinhos.

Vivi em África na nossa Casa do Gaiato - no tempo de um governo comunista. Nacionalizaram a nossa Aldeia, mas foram correctos com as pessoas. Aos que andavam a estudar, continuaram a pagar-lhes os estudos; dos mais pequenos, até aos 18 anos, tomaram conta; a mim e aos mais velhos, deram-nos uma fazenda com casa e meios de subsistência. Não acontece assim no nosso Portugal.

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Faleceu o nosso Padre José Maria que em Moçambique fez uma obra notável: uma Casa do Gaiato com 150 crianças e assistência contínua a dezenas de aldeias.

Temos, portanto, falta de um sacerdote em Moçambique e outro na casa dos doentes no Calvário.

Dois sacerdotes que dêem o salto para uma entrega total aos Rapazes e aos Doentes.

Um mergulho em Jesus pelas Crianças e pelos que sofrem.

Padre Telmo