SINAIS
Meu querido - foste um bebé encantador. Tua mãe vivia para ti - feliz com o teu sorriso! Que grande alegria para ela. Ficava diante de ti embevecida. Começaste a falar. Ela ficou louca de alegria.
Ainda pensando em ti - no teu futuro - entrou no prado de grandes covas. Pouco a pouco perdeu o encanto do teu sorriso e a noção do teu crescimento. O teu sorriso encantador acabou para ela. Ficou o teu olhar triste e vazio.
Num dia de sol, foste comigo para a nossa Casa do Gaiato de Malanje. Comida, escola, comunhão com os companheiros, horas de trabalho e momentos de brincar. Tiveste tudo - mas aquele sorriso não mais.
Momento precioso para o sorriso carinhoso de tua mãe, mas ela estava longe. Momento do meu sorriso! Confesso que não foi poderoso.
Ele cresceu e foi chefe de um grupo habilidoso no ataque às canas do açúcar e campo de mandioca. Falha? Talvez de um amor mais profundo e maternal.
Saíste da nossa Casa, casaste e adoravas os teus filhos. Talvez que no teu coração de pai tenha acordado aquele amor e carinho de tua mãe, quando eras bebé. Talvez sim.
Tive há pouco notícia da sua morte, na cidade de Malanje. Estou longe. Não é possível dar-lhe aquele beijo.
Repousa em paz, meu querido - vou rezar por ti.
Padre Telmo