SINAIS
Na guerra em Angola, umas Irmãs levaram-me um menino de três anos.
— Sabe?! A nossa Casa, em Saurimo, fica numa zona de tiroteio e o menino está traumatizado. E deixaram-me o menino.
Na mesma altura, rebentou a guerra em Malanje. Tiros, todos os dias… O menino fugia e procurava-me. Junto de mim, já não tinha medo.
Hoje, vivemos na mesma cidade. Mesmo sem tiros, ele me procura e me chama pai. E eu sinto muita alegria.
Os Serviços Sociais têm feito visitas às nossas Casas. Estão preocupados com uma nova ordem. Se ordem que apague o amor… Parem.
Deixem que o meu querido continue a chamar-me pai. Não há leis nem tratados que apaguem esta maravilha.
O tratamento — Pai Américo — está certo. Não há lei que o possa apagar.
Padre Telmo