SINAIS
Muitas vezes ao chegar ao Calvário, vem o Paulo Sérgio: — Não tem um rebuçadinho?
Olhos cravados no meu bolso…
Não resisto, meto a mão e tiro o rebuçadinho. Sei que não é bem… Mas a fraqueza é minha e dele.
Fica a flor, rosa vermelha… Não faça isso… O sorriso do Paulo Sérgio ultrapassa. É uma beirinha do nosso Calvário.
Passei algum tempo no Calvário com o Sr. Padre Baptista.
Um dia chegou de longe com um doente e pediu-me para ajudar. Vivia num cortelho que tinha sido de um porco. Já não fala, já não ouve. Deitou-o numa caminha limpa.
Vai ter pequeno-almoço, almoço e jantar. Não lhe vai faltar médico e farmácia.
Fica tranquilo meu irmão.
As obras do Calvário estão quase prontas. Muitos pedidos para entrada de doentes. Nós somos capazes de amar os nossos doentes.
Padre Telmo