SINAIS
Quando eu era menino e acompanhava meu pai ao campo— ia por trás pondo as minhas pegadas nas suas pegadas… Nos caminhos de poeira, ficavam nas suas grandes pegadas as minhas pegadas pequeninas… Não soube se ele dava por ela — mas eu sentia prazer no jogo inocente. Tantos anos e ainda as minhas pegadas estão vivas no pó dos caminhos!
A nossa Escola tinha dois salões — trinta rapazes e trinta meninas. Uma senhora professora para as meninas e um senhor professor para os rapazes. A Escola era a vida palpitante da Aldeia.
Aconteceu que as nossas mães agarraram os filhos e foram para as vilas e cidades para eles estudarem. Fomos e estudamos.
Depois das grandes chuvadas, não fomos mais a correr ver o Douro depois das chuvas e a ouvir os rugidos dos seus cachões.
Ficamos dispersos e longe da nossa linda Aldeia. O Douro ficou albufeira — um lago sem cachões.
Na Aldeia, só velhinhos, sentados às portas nos bancos de pedra, olhando as andorinhas a voar velozes sobre as ruas…
Padre Telmo