VINDE VER

Raios de Luz

A preparação para a celebração da Páscoa, em nossa Casa, tornou-se mais intensa na Semana Santa, veio o confessor de costume, que atende os Rapazes neste nobre serviço de oferecer aos irmãos o perdão de Deus. A graça do perdão dos pecados! Assim acontece na preparação da festa de Pai Américo, por ocasião do Natal ou quando os rapazes vão receber algum sacramento. Na Páscoa é uma exigência vital. Abandonar a desordem causada pelo pecado e colocar a vida em ordem, é uma meta que se deve alcançar antes da celebração das festas pascais. Foram três comunidades atendidas. A prioridade vai sempre para os mais pequeninos, assim como fez o Mestre; "deixai vir a Mim as criancinhas". Os nossos olhos estão continuamente voltados para os nossos «Batatinhas». Quando se abre a porta do refeitório pequeno, lá está sempre um grupo deles, a pedir doces ou fruta, quando é tempo delas. Depois, foi o grupo dos médios e finalmente os maiores.

O Domingo de Ramos tinha deixado uma grande marca de tudo quanto o Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo representariam na nossa vida. Na véspera, houve bastante criatividade. Ramos de palmeira, os pequenos corriam a aldeia toda em busca de flores para enfeitar. Depois veio o Tríduo Pascal. Tudo vivido na acolhedora Capela das Monjas Dominicanas, vizinhas de longa data com quem partilhamos a Eucaristia, nas Solenidades.

O ponto mais alto foi naquela noite escura, quando se acendeu o lume novo, donde o Círio Pascal recebeu a luz que representa Cristo Ressuscitado dos mortos. A coluna de fogo que conduziu outrora os Israelitas quando passavam da escravidão para a liberdade de filhos de Deus. Despontou o sol, que nasce das alturas, e começou a iluminar todos os homens de todos os tempos.

O Ressuscitado sai vitorioso do túmulo. O ódio dá lugar ao amor, o pecado dá lugar à graça, a morte dá lugar à vida. Esta é a vitória do Crucificado. A fé é a nossa lâmpada no tempo de vigilância. Sempre alerta! Condição para tomar parte do banquete eterno.

Os nossos leitores tiveram mais trabalhos. Mais leituras, os acólitos de igual modo, mais vela pra levar. Turíbulo mais incenso! Na cozinha houve mais trabalho: a batata, os bolos, a carne. No refeitório o chefe teve de procurar controlar a euforia ao distribuir as gasosas, os sambapitos. Assim é a Páscoa. Cheia de vida, ela mesma é portadora da vida perene. A conclusão é de Pai Américo: "Foi-lhes pregado o facto. Que sim. Que Jesus Ressuscitou! Que os discípulos viram. Que se chamam por isto mesmo os Apóstolos da Ressurreição".

Padre Quim